Galafura

Este blog não consiste só em falar da Freguesia de Galafura, mas não podia deixar de referênciar a freguesia que amo muito e de onde sou natural. O nome do blog " Galafura" é por isso mesmo, pela naturalidade, pelos amigos, pelos sentimentos que me vão na alma, editarei aqui os meus pensamentos e sentimentos que nutro pela minha terra, pela minha família, pelos meus amigos, e pelo meu estado de espírito do meu dia-a-dia

quinta-feira, setembro 28, 2006

"Senhor, faz de mim"

“ Senhor, faz de mim instrumento da Vossa paz
Onde houver ódio, que eu leve o amor,

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
Onde houver dúvida, que eu leve a verdade,
Onde houver erro, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó mestre, fazei que eu procure mais,
Consolar que ser consolado,
Compreender, que ser compreendido,
Amar que ser amado,
Pois é dando que se recebe,
E é morrendo que se vive
Para a vida eterna.”

terça-feira, setembro 26, 2006

"A tua luz vai surgir"

Mais uma semana que começou, não está assim tão bem como queria que estivesse.. Esta semana está a ser muito calma, o ambiente no trabalho anda fraco… a vida tá pela hora da morte.
Sem nada para a fazer espero que o tempo passe por si só. Sento-me numas miseráveis caixas de cerveja, este não é o vinho que transformas-te e que repartiste, este é o vinho onde muitos se perdem, buscam o esquecimento e afogam as mágoas da vida. E eu? Eu infelizmente muitas das vezes contribuo para a perda de esses homens… Perdão te peço por este acto.
Os meus olhos fixam-se para lá da vidraça que está colocada à minha frente, espero ver a Tua luz surgir por detrás do enorme armazém, que encobre e atrasa a Tua chegada, é uma paisagem diferente da que tenho da minha esplanada, mas onde tás presente. Na estrada o trânsito já é intenso, é um corre-corre infinito. Muitos não se apercebem de Ti, nem pensam em Ti, não notam que a tua luz está prestes a ilumina-los, buscam outras formas de sustento, que não a Ti.
A tua luz começa a ganhar intensidade, cada vez se eleva mais, começa a invadir o meu espaço, o meu posto de trabalho. Os Teus raios trespassam a vidraça embatendo nos espelhos, onde, prateleiras sustentam o peso de mais umas quantas garrafas de perdição, não é este o pão muito menos o vinho que nos quiseste dar, este é o pão e o vinho onde os fracos se destroem… Assim aparece a Tua luz, vem saudar-me neste novo dia que amanhece, vem aquecer aquecer-me a alma, a tua luz vem trazer-me forças para mais um dia, ilumina o meu caminho e a minha vida.

“ Tu és a Luz, que ilumina a terra inteira, tu és a Luz, que ilumina a minha vida”

sexta-feira, setembro 22, 2006

"À procura, à espera, na minha esplanada"

Aqui me sento, nas horas de maior silêncio, de solidão e mortas da minha vida.
Nesta esplanada:
Procuro e espero por ti, mas não te encontro,
Tento avistar-te no vasto horizonte que me colocas à frente… Por onde andas?
Busco o teu rosto nas nuvens que encobrem o meu céu… mas não te defines, que rosto tens?!
Chamo por ti… Será que me ouves?
Tenho medo,
Sinto-me sozinho,
Vem em meu auxílio, preciso de ti.
Não tarda, anoitece, será que vais aparecer?
O sol que me aquece, começa a esconder-se ao longe por detrás da serra,
Quero partir, mas quero sentir-te,
Quero a tua companhia para poder continuar a caminhar.
A tua ausência e a tua demora, deixa o meu peito inquieto e em sofrimento.
Quando o meu desânimo e a angústia é total, eis que vens ao meu encontro, acalmando a minha dor.
Vens em silêncio...
Vens com os suspiro do vento que ecoam e agitam por entre as árvores da minha esplanada,
Vens tocar-me e aconchegar-me através da brisa que me envolve ao cair da noite,
Vens falar-me ao ouvido, vens cantar-me as mais belas melodias através do canto dos passarinhos que ainda chilram,
Vens ensinar-me o caminho que tenho a percorrer, vens para ficar comigo nesta noite que se aproxima.
Vens dizer-me “ Estou aqui”.
Dizes-me:
" O meu rosto és tu…, o meu rosto está nas lágrimas que caem dos teus olhos, nos momentos mais sofridos da tua caminhada, o meu rosto é o teu rosto nas horas de maior alegria, o meu rosto está no sorriso da criança, nas rugas do idoso que anseia a tua ajuda para atravessar a rua… Eu estou onde tu estás, eu vou para onde tu vais, caminho contigo não te abandonarei, não temas, não estás só, eu estou aqui."
Nesta esplanada sempre te encontrarei, por mais tempo que tenha que esperar sei que virás.

" Deus é meu amigo"

" Vês! Deus é muito meu amigo, olha para isto, que maravilha de dia! Logo hoje que tinha de ir regar as laranjeiras olha-me pra esta dádiva!"
Estas palavras foram-me transmitidas ontem por uma colega de trabalho, repondi-lhe com um sorriso, e ao mesmo tempo pensei: " como pode ela dizer isto quando tem levado uma vida de sofrimento, uma vida que não tem sido nada fácil...? " Mas fiquei feliz por ouvir aquelas palavras, vindas lá do fundo. E era o que eu precisava de ouvir para aguentar mais um dia de trabalho.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Viagem de um só destino

E cá estou eu de volta ao meu sentimentalismo que por vezes até a mim me enerva, há certos momentos da minha vida que não queria sentir com tanta intensidade as partidas que o Pai me prega, em certos momentos e acontecimentos não queria sofrer tanto, queria poder evitar isso, mas não tenho alternativas, o meu “Ego” fala mais alto.


13 De Agosto de 2006, será uma data negra, que ficará para sempre marcada na memória daqueles que sofreram e sofrem por mais uma partida inesperada, por uma mais uma perda de algo que não se recupera “ uma vida”. Mais um jovem na flor da idade que o Pai quis levar para junto Dele, jovem a quem a sua vida foi tirada de uma forma brutal, sem qualquer tipo de justificação, foi uma viagem para lá das nuvens, uma viagem sem regresso onde o bilhete alcançou um só destino, um destino que ninguém quer aceitar e que todos tentam evitar, mas a vida é feita de incertezas. Teria esse jovem seu destino traçado e será que podemos chamar a este acontecimento destino? Se calhar a o termo mais correcto será irresponsabilidade, irresponsabilidade daqueles que traçaram o destino deste jovem, um jovem que trazia sempre com ele um sorriso, mas que Deus quis ter só pra Si, quis levar este jovem para os seu braços… e nós como ficamos e como ficam a sua família? Deus certamente não foi justo deixando-nos assim no sofrimento, dando-nos uma vez mais esta dor, não nos deu alternativas, apenas o levou… Para nós restou a dura e a mais difícil tarefa que alguma vez nos é pedida, restou-nos acompanhar este jovem a sua última morada, coube a nós entregar o seu corpo nas mãos do Pai, onde os olhares incrédulos daqueles que o acompanharam se manifestavam com lágrimas, lágrimas de dor de perda e de desespero. Não queriam acreditar na partida que o Pai lhe tinha pregado…


Porquê… Deus… Como Te explicas? Diz-me, quero compreender, não consigo e não entendo esses teus actos, fala-me, quero escutar a tua justificação.

terça-feira, setembro 19, 2006

" Que Deus"

QUE DEUS? " Quem quer que sejas, onde quer que estejas/ Diz-me se é este o mundo que desejas/ Homens rezam, acreditam, morrem por ti/ Dizem que estás em todo o lado mas não sei se já te vi/ Vejo tanta dor no mundo pergunto-me se existes/ Onde está a tua alegria neste mundo de homens tristes/ Se ensinas o bem porque é que somos maus por natureza? / Se tudo podes porque é que não vejo comida à minha mesa? / Perdoa-me as dúvidas, tenho que perguntar/ Se sou teu filho e tu amas porque é que me fazes chorar? / Ninguém tem a verdade o que sabemos são palpites/ Se sangue é derramado em teu nome é porque o permites? / Se me destes olhos porque é que não vejo nada? / Se sou feito à tua imagem porque é que durmo na calçada? / Será que pedir a paz entre os homens é pedir demais? / Porque é que sou discriminado se somos todos iguais? /

Porquê que os Homens se comportam como irracionais? /
Porquê que guerras, doenças matam cada vez mais? / Porquê que a Paz não passa de ilusão? / Como pode o Homem amar com armas na mão? Porquê? / Peço perdão pelas perguntas que tem que ser feitas/ E se eu escolher o meu caminho, será que me aceitas? / Quem és tu? Onde estás? O que fazes? Não sei/ Eu acredito é na Paz e no Amor/


Por favor não deixes o mal entrar no meu coração/ Dou por mim a chamar o teu nome em horas de aflição/ Mas tens tantos nomes, és Rei de tantos tronos/ E se o Homem nasce livre porque é que é alguns são donos? / Quem inventou o ódio, quem foi que inventou a guerra? / Ás vezes acho que o inferno é um lugar aqui na Terra/ Não deixes crianças sofrer pelos adultos/ Os pecados são os mesmos o que muda são os cultos/ Dizem que ensinaste o Homem a fazer o bem/ Mas no livro que escreveste cada um só leu o que lhe convém/ Passo noites em branco quase sem dormir a pensar/ Tantas perguntas, tanta coisa por explicar/ Interrogo-me, penso no destino que me deste/ E tudo que acontece é porque tu assim quiseste/ Porque é que me pões de luto e me levas quem eu amo? / Será que essa é a justiça pela qual eu tanto reclamo? / Será que só percebemos quando chegar a nossa altura? / Se calhar desse lado está a felicidade mais pura/ Mas se nada fiz, nada tenho a temer/ A morte não me assusta o que assusta é a forma de morrer/


Quanto mais tento aprender, mais sei que nada sei/ Quanto mais chamo o teu nome menos entendo o que te chamei/ Por mais respostas que tenha a dúvida é maior/ Quero aprender com os meus defeitos, acordar um homem melhor/ Respeito o meu próximo para que ele me respeite a mim/ Penso na origem de tudo e penso como será o fim/ A morte é o fim ou é um novo amanhecer? / Se é começar outra vez então já posso morrer"/


( música de Boss AC)


“Pois é verdade fui assistir a um concerto do Boss AC e confesso que superou as minhas expectativas, tinham-me dito que não valia nada, a mim não revelou ser tão mal como comentavam. Entre um som e outro houve um que despertou em mim alguma atenção... O tema fala de Deus, do o facto de quem é Deus…??? Deus? Mete-me confusão ouvir falar de Deus, de religião, religião ou religiões, há tantas que por vezes não sei onde para o Meu Deus, ou se Ele existe mesmo, mas enfim as pessoas têm a necessidade de crerem em algo que por vezes essas crenças levam a factos no mínimo bizarros, são tantos os cultos que milhões de pessoas cultivam a um Deus, mas quem é Ele, onde para? Nós, meros mortais apenas ouvimos falar o nome Dele, fizeram-nos acreditar Nele? Ou acreditamos Nele porque queremos? Estranho as pessoas acreditarem e agarrarem-se a algo oculto, a algo que não podem tocar ou ver, mas que dizem sentir, falam em milagres será verdade? Eis a questão. Dizem que Deus é Santo, que é Forte, que é Bom e poderoso, levando com estes factos cada vez que assisto a uma missa, dá para acreditar que Deus é mesmo um Ser Grande com uma bondade imensa, que é um ser magnífico. Mas quando se assiste à dura realidade da vida, penso duas vezes em relação a esse Deus, por vezes não sei em que acreditar, se é como o descrevem, então digam-me porquê que há tanto sofrimento nesta terra, tanta escuridão, tanto ódio tanto sei lá o quê…? Digam-me. Tem uma forma estranha de se manifestar, de guardar e amar o seu rebanho estes Deus em que me fizeram acreditar. Onde anda ele quando mais precisamos Dele, anda distraído? E pergunto-me ainda… Quantos homens já morreram ou mataram em nome de Deus? Isto leva-me a pensar muito... Cada um acredita no que quer, e eu não sou Deus pra julgar, se calhar até sou um pouco imaturo pra comentar esse assunto e da forma como o faço, ou então será porque Deus ainda não se manifestou em mim como eu gostaria... E certos acontecimentos na minha vida Deus não tava presente. Mas vou continuar a acreditar, no que me ensinaram, uns dias com mais dúvidas que outros, mas continuarei a crêr que Ele se há-de manifestar de alguma forma mais credível. Vou continuar à Sua procura… “
Temos momentos assim, onde por vezes não acreditamos, ou não queremos acreditar em nada. Pensamos que o mundo se acaba e não sabemos o que fazer nem a quem socorrer. Isto redigido aqui hoje não é actual, isto era o que eu sentia à alguns meses atrás, nessa altura andava de costas voltadas para o Pai, e depois de ter assistido a esse tal concerto e ter ouvido esse som de Boss Ac , pensei bastante e reflecti...e daí ter escrito o que hoje aqui se lê... Mas hoje, estou diferente e com novas forças.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Sabor das estações... de novo Pão, de novo Vinho...Obrigado Senhor

"Névoa e frio, dias longos e tristes Enquanto o grão morre É o prodígio, antigo e sempre novo Do primeiro fio de erva E na brisa do Verão Ondeiam as espigas voltaremos a ter pão

Nos valados, depois do longo Inverno Brilham as videiras A neblina envolve no silêncio Os primeiros ramos verdes Com as cores do Outono Vêm uvas maduras Voltaremos a ter vinho "

domingo, setembro 17, 2006

Tempo De Colheita... Amigo Vinhateiro

“De manhãzinha, mal desponta o sol, caminhando com seu ar ligeiro Para os campos que dele precisam, dirige-se o vinhateiro. Não desanima no seu caminhar, nem o cansam a sede e o calor, Há uma vinha que quer cultivar, uma vinha que é todo o seu amor.

Protege a vinha com forte valado, cercando-a em todo o redor, Tira de dentro as pedras do mal e escolhe a terra melhor. Planta as cepas com todo o cuidado e rega-as o dia inteiro, Diz-me se pode ainda mais pela sua vinha o vinhateiro.

De manhãzinha mal desponta o sol, caminhando com seu ar ligeiro, Para os campos que dele precisam dirige-se o vinhateiro. E só uns cachos de amargo sabor recolheu em cada canteiro Diz-me se não poderá esperar mais da sua vinha o vinhateiro

Deus é teu amigo, o vinhateiro, que cultiva de sol a sol. Deus é teu amigo, o vinhateiro, que te reclama o teu ser inteiro”


É tempo de colheita na mais antiga região do mundo. Os meus lá andam na labuta que é a vindima, dias e dias sem descanso, desde o amanhecer até ao pôr-do-sol, nesta altura não há domingos nem dias santos, não se pode parar, o fruto que estas gentes colhem é o trabalho de uma longa jornada, uma jornada nem sempre fácil, uma jornada de trabalho árduo e pesado, ora de inverno, debaixo das geladas chuvas e geadas, ora de verão debaixo de um sol por vezes escaldante, tratam da vinha como se um filho se trata-se, pois nelas está o seu sustento, o pão do dia a dia. Este é o retrato mais puro e genuíno desta região, os sentidos afinam-se: tacto, audição, sabor, cheiro e visão. Como é bom andar por lá nesta altura, ouvir as músicas e as histórias de tempos que já lá vão que os mais velhos vão entoando por aquelas vinham infinitas, sentir os cheiros que andam pelo ar, ver toda aquela azafama, saborear aqueles fartos e saborosos almoços que só aquelas gentes sabem fazer, poder tocar na videira cortar um cacho de uvas e sem grandes medidas come-lo, saboreá-lo… Palavras para quê…?! É o Douro…

sábado, setembro 16, 2006

Bem melhor....

Tou de volta...
Já não escrevia algo aqui à alguns dias. Tenho andado ausente porque estive doente.
Definitivamente esta semana é para esquecer,depois de ter estado doente, ter aguentado uma manhã inteira metido nas urgências do centro de saúde, á espera de ser visto por um médico, de uns dias com muito trabalho a sair fora das horas de serviço, não há quem aguente, e ainda por cima tenho de andar a tomar medicamentos, uffa o que vale próxima semana termino com eles.
Então aqui estou eu prestes a gozar a minha folga semanal o Domingo primeiro dia da semana e dia de louvar pedir e agradecer pela semana que se foi e pela semana que virá...
Amanã vou a missa das 9 horas, é um pouco cedo mas quem " corre por gosto não cansa", e nunca é cedo nem tarde pra pra louvar o Senhor. Hávera melhor maneira de começar o dia???

domingo, setembro 10, 2006

Guia Dos Meus Passou, Mãe Das Minhas Dores

Confesso já não ir à missa com a frequência que costumava ir, se calhar por andar um bocado a leste, descrente perante certas e determinadas situações, dúvidas e interrogações constantes que me iam e vão aparecendo. O outro dia passei por Fátima à procura de explicações tentei reencontrar o que tinha perdido. Conheci pessoas fantásticas, uma em particular a quem devo agradecer, através dessa pessoa e das palavras que me transmite, acordei o que tinha em mim adormecido, acendeu-se de novo em mim a luz que se estava a apagar. OBRIGADO AMIGO Voltei a fazer o que costumava realizar todos os domingos, hoje fui à missa ouvir o que o meu Senhor me tinha para dizer. A igreja onde fui orar foi a primeira vez que nela entrei, nos meus olhos uma e outra lágrima caíam percorrendo o meu rosto, não eram lágrimas de tristeza, mas sim lágrimas de esperança e de agradecimento. Entrei na casa do Pai, não via nada à frente, o meu olhar encharcado fixou-se no passado relembrando-me tudo o que tenho sido até aqui, os meus ouvidos escutavam as palavras do meu Deus proferidas pelo Prior, estava em profunda oração. Regressei ao presente! Interrompido por uma criança que ao colo da mãe, perguntava porque a Senhora estava chorar. Não me apercebi de quem era a Senhora, tentei seguir a criança e as indicações que dava… Foi então que reparei na Senhora, era Nossa Senhora das Dores… Seria destino meu ou mera coincidência quando olho para o lado oposto e vejo a imagem dum senhor sangrando carregando a sua e minha cruz, tanto sofrimento, era o Senhor dos Passos. Dou por mim então entre as duas imagens, à minha direita Senhora das Dores, à minha esquerda Sr. Dos passos…Seria o meu Deus a querer manifestar-se em mim, a tentar dizer-me algo? Fixei aquelas duas imagens como outras não existissem. Quem nunca se manteve preso e com sentimento perante a imagem do Sr. Dos Passos ou perante olhar em lágrimas e as espadas cravadas no peito de Nossa Senhora das Dores? Foi assim que me senti, preso, agarrado ao olhar triste da Senhora e ao carregar da cruz do Senhor. Foi aí que descodifiquei a mensagem do Meu Senhor, vi que ao longo da minha vida, o Senhor vai sempre comigo, senti que não carrego a minha cruz sozinho, e que as minhas dores são bem mais pequenas em dias de maior agonia.

sexta-feira, setembro 08, 2006

Aquele momento... Com Saudade

Hoje acordei num daqueles dias em que aquele estranho sentimento chamado de saudade me tocou profundamente, como é difícil compreendermos este sentimento, Estranha a forma como se sente e como se manifesta em nós. Mas saudade não devia ser um sentimento bom? Um sentimento que causa em nós alegria? Se sentimos saudades é porque vivemos momentos bons e cheios de alegria. Então porque quando as saudades “batem”sinto um aperto no peito quando devia estar feliz? E assim despertei esta manhã. Vinham até as imagens deste verão, os amigos, a família, e os momentos mágicos e únicos passados em grupo. Lembrei vezes sem conta, aquelas despedidas dos amigos que, como eu, tiveram de voltar pra longe dos nossos e da nossa terrinha. Foi tão bom poder partilhar aqueles momentos tão sentidos, cheios de emoção sentimentos e sobre tudo a amizade. Oh como foi bom chorarmos em grupo, numa daquelas despedidas… Este sem duvida foi o momento mais marcante da minhas férias, em cada rosto uma lágrima, em cada um de nós a vontade de não nos querermos separar por mais um tempo manifestou-se nos fortes abraços dados entre todos, as palavras que dizíamos saíam tremulas entre o gaguejar do choro e os suspiros das saudade que já se sentia. Foi bom podermos estar reunidos como família que somos e como irmão. Mais momentos como estes foram vividos e sentidos com igual intensidade e que me marcaram e que trago sempre comigo.

Aos Meus Amigos

"Quando sentires a minha falta vai à rua solta a saudade e o grito que há dentro de ti, liberta o teu espírito, repara no céu e vê como é lindo, fixa as estrelas, são muitas né? Tb muitas são as saudades e a falta que me fazes, olha-as e lembra-te para onde tiveres a olhar eu estarei tb, lembra-te que a distância apenas trás saudade, jamais o esquecimento.”

terça-feira, setembro 05, 2006

A Ti...Eterna Amiga

A ti cara amiga...A ti, que jamais verei,A ti, que jamais voltarei a ter em meus braços,A ti, que...tantas saudades me trazes, tantos momentos bons que contigo compartilhei, que hoje só me resta recorda-los longe de ti, longe do teu olhar, longe da tua presença...Porquê? Porque me deixas-te assim? Triste e sem âmparo? Que sina a tua, tinha uma vida, tinhas sonhos, tinhas objectivos, tinhas um futuro, futuro esse que se desvaneceu, que se perdeu sem significado algum. Puta de vida esta que nos tira as pessoas que mais gostamos, Puta de vida esta que te levou pra longe, Puta de vida esta que me trás tristeza, Puta de vida esta que nem sempre é justa, Puta de vida...Busco em meu pensamento a tua imagem, linda, simples, divertida e com um sorriso maravilho, busco a pessoa que sempre foste, busco em ti ausente mas sempre presente a força para continuar sem sofrimento, impossível, dói de mais. mas sei que querias assim.Busco... busco a alegria que tinhas mas que por algum motivo não encontro, busco palavras, pra poder dizer tudo o que me vai na alma mas não as encontro. Sinto ânsia, desejo pra que te pudesse voltar a ver.Hoje sinto que és o meu Anjo da Guarda, que me guia por entre a escuridão, que me dás a mão nos momentos mais complicados da minha vida e que estás a festejar comigo nos momento de alegria... E eu...? Eu gurdo-te sempre no meu coração.Sempre com saudades…

segunda-feira, setembro 04, 2006

Falar de Galafura

Falar de Galafura?! Para quem não conhece, falar de Galafura não é fácil. È preciso conhecer bem o seu povo, a sua cultura, a sua forma de ser, a sua forma de viver, a sua forma de estar, é preciso penetrar nas suas entranhas, tem que se procurar razões para o fazer, há a necessidade de vasculhar a sua origem, entrar em contacto com tudo e com todos que a Ela estão ligados, com aqueles que nela vivem, com aqueles que por Ela lutam, com aqueles que por estarem longe, por Ela choram, entrar em contacto com aqueles que vivem e fazem a Sua história. È preciso aprender a sua história, história que se foi transformando ao longo de décadas, e contam-se histórias, lendas de séculos que ainda hoje se mantêm vivas entre estas gentes, são histórias magnificas, histórias que nos transportam para tempos longínquos, que nos fazem entrar em dimensões onde não pertencemos, e que nos fazem sentir intrusos e que nos trazem tanta inveja. A melancolia, a saudade, a vontade de voltar atrás no tempo, manifesta-se no rosto de quem as conta, ora contadas com muito entusiasmo ora contadas com alguma tristeza, sempre com a lágrima no canto do olho, são histórias vividas por gentes com força, destreza, coragem e com sonhos. Falo nomeadamente do povo de Galafura, das suas gentes. Quem melhor que o seu povo poderá pronunciar o nome "Galafura"? Quem é capaz de o fazer com tanto orgulho, com tanto amor, e por vezes com tanta raiva, com tanta mágoa, ódio porque a terra nem sempre é generosa com as suas gentes, por vezes graças ás entidades competentes. Quem é capaz de o fazer...? Ninguém o é capaz a não ser o seu povo. E eu como Galafurense sinto-me capaz de dizer a boca cheia que sou de Galafura, sou capaz de pronunciar o seu nome e falar Dela com orgulho. Ao falar desta terra magnífica, não podia deixar passar em branco o nome de um grande senhor da literatura portuguesa, o homem que amava estas paragens como eu amo, o homem que elevou o nome de Galafura por este Portugal fora. Falo com todo o respeito de Miguel Torga, que aqui vinha muitas vezes, principalmente ao monte de S. Leonardo, e que disse o que ali se via era, "Um excesso de natureza, uma quilha de barco rodeada de água por todos os lados". E porque não falar deste espantoso e mágico miradouro, que é o monte de S. Leonardo?! O monte de S. Leonardo fica aproximadamente a 3 km da povoação, a uma altitude de 638 metros sobranceiro ao Rio Douro. Lá ergue-se uma pequena capela em honra a S. Leonardo, nas costas da capelinha ao topo ergue-se uma imagem de S. Leonardo em homenagem ao Mestre Torga, o homem que chamou a S. Leonardo de "Capitão do navio de penedos ancorado em pleno coração do Douro". E quando ali se chega descodifica-se logo o porquê do o Senhor Torga lhe chamar "Um Excesso de Natureza". "O Doiro sublimado. O prodígio de uma paisagem que o deixa de ser à força de se desmedir. Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso de natureza. Socalcos que são passadas de homens titânicos a subir as encostas, volumes, cores e modulações que nenhum escultor, pintor ou músico podem traduzir, horizontes dilatados para além dos limiares plausíveis da visão. Um universo virginal, como se tivesse acabado de nascer, e já eterno pela harmonia, pela serenidade, pelo silêncio que nem o rio se atreve a quebrar, ora a sumir-se furtivo por detrás dos montes, ora pasmado lá no fundo a reflectir o seu próprio assombro. Um poema geológico. A beleza absoluta. Miguel Torga, diário XII " S. Leonardo, é um dos mais belos miradouros do concelho do Peso da Régua, de onde se desfruta de uma paisagem quase irreal, de horizontes vastíssimos, o Douro e o Marão ao alcance de um olhar. S. Leonardo é assim um lugar mágico e encantado, prova disso são as suas paisagens deslumbrantes sobre o rio e a região vinhateira do Douro e as suas lendas que sustenta debaixo de seus pés, lendas que se contam sobre este lugar, sobretudo a lenda de Dona Mirra. Dona Mirra, segundo reza a Lenda, é uma princesa moura, encantada por seu pai, habita um magnífico palácio situada no monte de S. Leonardo, Dona Mirra passeia-se de dia pelo Monte em forma de serpente, de noite recolhe-se em seu palácio que guardado por dois dragões gigantes impede a entrada de intrusos. A entrada para o encantado palácio é uma pequena mina denominada como Mina da Dona Mirra situada metros abaixo da capelinha. Dona Mirra espera um dia ser desencantada por um jovem valente, que no 1º gélido de Janeiro compareça no Monte e derrote os poderosos dragões, se assim acontecer Dona Mirra será desencantada e o jovem tornar-se-á em senhor da moura encantada. Mas Galafura tem muitos mais locais de interesse repletos de história. È de referir que Galafura é antiquíssima, acredita-se que tenha sido fundada pelos mouros quando andavam por estas paragens, existem vestígios da sua passagem, sendo o mais referido o Cemitério Mouro, situado na vertente oeste do monte de S. Leonardo no local ainda hoje chamado de Fonte dos Mouros, aqui encontram-se várias sepulturas cavadas na rocha, este local encontra-se um pouco afastado da localização actual da povoação, mas conta-se que Galafura tenha sido fundada neste local, mas devido a uma grande invasão de formigas viu-se obrigada a mudar-se para o local que hoje ocupa. Não foram só os mouros a andarem por estas bandas, os romanos também por cá andaram a vaguear à procura de conquistas para um maior crescimento do Império Romano, e também eles deixaram ficar os seus vestígios como é o caso de um caminho romano que ligava Galafura a Covelinhas mas acredita-se que esse caminho tinha uma maior extensão desde o Lugar das Lamas, seguindo o caminho dos Salgarinhos passando pela freguesia até Covelinhas o seu objectivo era o acesso ao Rio Douro. Fala-se também de algum poços romanos existentes no Monte de S. Leonardo, o seu objectivo seria a extracção de minério. No que diz respeito a monumentos e à arte arquitectónica, Galafura tem para mostrar a quem a visita: a sua Igreja Matriz do séc. XVI, o seu campanário separado do corpo da igreja, estilo que é raro em Portugal e em frente a igreja um magnifico cruzeiro de granito trabalhado dá as boas vindas aos visitantes, todo este conjunto arquitectónico encontra-se no largo principal da Freguesia o Largo do Eirô, existem ainda, vários marcos pombalinos dispersos pelo perímetro da freguesia, relembrando que Galafura está situada em pleno Douro Vinhateiro, pertencendo à mais antiga região demarcada do mundo a "Região Demarcada Do Douro", fazendo parte também da “Rota do Vinho do Porto”. È aqui, perante uma natureza soberba e irreal, perante uma horizontes longínquos, é aqui onde o passado se manifesta no presente e o presente tende em tornar-se futurista, aqui onde os sentidos se misturam com sentimentos, onde o vinho e a vinha são senhores, onde o rio e a montanha despertam todas as atenções, onde a natureza está em constante mutação, onde o tempo corre devagar e depressa, onde gentes simples lutam para sobreviver, cuidando das sua vinhas como quem cuida de um filho, pois nelas estão o seu sustento, as suas vidas, é aqui onde nos sentimos livres de tudo, de todos, é aqui onde reina a paz e harmonia, onde os Invernos são rigorosos mas mágicos, onde os verões são belos, cheios de alegria e de vida. E é aqui em pleno mês de Agosto que Galafura ganha mais emoção, mais vida. Galafura desperta.... São saudades que se matam, filhos da terra que regressam ás suas origens, ás suas gentes, à sua família, são festas e grandes noitadas de euforia, de convívio que se vivem junto daqueles que regressam, junto daquele que se mantêm presentes, daqueles que amamos e nos fazem viver. Galafura é ponto de encontro de grandes e velhos amigos.

Galafura em imagem

domingo, setembro 03, 2006

Hino De Galafura

Galafura nobre terra Assim a vamos cantar Louvaremos sem cessar As belezas que encerra. Fadas, musas acharei Uma Mirra encantada Rica moira afamada À meia-noite vereis.


Galafura pequenina Aldeia de Portugal Lembras prendada menina De beleza sem igual. Há uma moira encantada Na minha terra natal É Dona Mirra chamada E tem fama imortal.


Galafura minha amada De riquezas sem rival És uma aldeia afamada Deste lindo Portugal. Galafura pequenina Minha aldeia abençoada Tu ocultas numa mina Nobre dama enfeitiçada.