Galafura

Este blog não consiste só em falar da Freguesia de Galafura, mas não podia deixar de referênciar a freguesia que amo muito e de onde sou natural. O nome do blog " Galafura" é por isso mesmo, pela naturalidade, pelos amigos, pelos sentimentos que me vão na alma, editarei aqui os meus pensamentos e sentimentos que nutro pela minha terra, pela minha família, pelos meus amigos, e pelo meu estado de espírito do meu dia-a-dia

segunda-feira, janeiro 22, 2007

S. Vicente

(Tela de São Vicente na Igreja de Galafura)
(Igreja de São Vicente da Galafura) (Tela de S. Vicente na Sé de Lisboa)

"S. Vicente nasceu, provavelmente, em Huesca, nos Pirinéus, numa época de intensas perseguições religiosas. Filho de pais cristãos, muito novo foi elevado à ordem de Diácono e, mais tarde, a acólito de Valério, Bispo de Saragoça, mercê dos seus reconhecidos dotes de orador. Supliciado em Valencia, com o seu Bispo, por ordem do governador da Hispânia, Daciano, em princípios do século IV, o culto ao mártir São Vicente espalhou-se rapidamente por toda a Península, sobretudo durante o domínio muçulmano, mantendo a sua vitalidade até meados do século XII. As circunstâncias, controversas, da descoberta e recolha das relíquias do santo, alimentaram, de facto, a resistência das populações cristãs meridionais, os moçárabes, contribuindo para tornar São Vicente o santo padroeiro do novo reino. O culto vicentino não deixou, porém, de atrair outros peregrinos, em que se incluíam os cristãos do norte e, mesmo, populações muçulmanas. Os relatos hagiográficos conservados coincidem no episódio do achamento do corpo, junto ao cabo de São Vicente, à deriva numa barca guardada por dois corvos, atributos iconográficos que serão constantes nas representações posteriores do mártir, pelo menos na arte portuguesa, e adoptados como emblema municipal da cidade de Lisboa ainda durante a primeira dinastia. Algumas narrativas plásticas incluem, ainda, a característica palma do martírio, o molho de cordas e as vestes de diácono, e é assim que o encontramos nas paradigmáticas tábuas quatrocentistas devidas a Nuno Gonçalves, pintadas para o altar de São Vicente da Sé de Lisboa. O culto ao santo estava já, nessa época, em franca decadência, praticamente limitado à aristocracia e à família real, esta, certamente, lembrada do especial fervor de D. Afonso Henriques, que mandara vir expressamente de Sagres as relíquias sagradas e que lhe dedicara, na Lisboa recém conquistada (1147), a sua mais importante fundação religiosa. Os atributos deste santo, a sua hagiografia, não são mais do que uma actualização de uma simbólica pagã: a chegada do cadáver do santo numa barca tal qual os cultos orientais e osirícos; os corvos, companheiros de viagem do féretro guardiães da luz e prováveis avatares do deus proto-histórico Lug. "

3 Comments:

  • At 6:52 da tarde, Blogger nahar said…

    Relato histórico de grande precisão :)
    Entao que o padroeiro da tua paroquia continue a olhar por ti e que a sua vida e testemunho seja sempre exemplo para aqueles que hoje celebram a vida deste mártir.

    Forte abraço meu irmão

     
  • At 9:40 da tarde, Blogger caminante said…

    Simplemente paso a dejar mis huellas. Tengo ganas de escribirte despacio. Llegará su tiempo.
    Un fortísimo abrazo.

     
  • At 12:32 da manhã, Blogger Sandra Dantas said…

    Olá amigo José,
    tenho um desafio para ti no meu blog!
    Quando puderes passa lá!
    Um grande abraço!

     

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